sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Melhor que o telefone

Copyleft do Gadgetopia.

"Why Email is Better Than the Telephone
I hate it when people call me on the phone. I'd much rather they use email. I got to wondering why this was so the other day, and here goes:

1. Email is quicker. I'm at my computer anyway, so I don't have to turn away and pick up the phone, look up a number, dial, etc. Ctrl-M gives me a new message in Thunderbird, and I'm on my way.

2. Email addresses are easier to remember. Phone numbers are an arbitrary collection of digits. Email addresses are usually some form of "person@company." I can remember hundreds of email addresses off the top of my head, but perhaps only two or three dozen phone numbers. Plus, most email clients will auto-complete email address as I start to input them — my phone won't do that.

3. The phone can be inconvenient. People may call when they don't need something right now. But whether or not their need is right now, I have to turn and answer the phone right now.

4. A lot of interactions are, by nature, segmented. In a lot of conversions with someone, you need to check with someone else about something, research something, wait for something to happen, etc. A lot of phone calls are ended because someone "offline" has to occur before they continue. This fits in perfectly with email.

5. Email keeps track of itself. Email is a historical record of what happened. I have no "Previous Phone Calls" folder where I can go to figure out what was the last interaction I had with so-and-so. I can save an email message, forward it, turn it into an Outlook task, etc.

6. Email is as fast as I can read. I don't have to wait for a pondersously slow talker to get around to his or her point.

7. You can skip niceties with email. Phone calls always start out with "Hello," "How is the wife," "Do you enjoy your new job," "Did you bury the body deep enough," etc. These are rather insulting little tidbits of speech because of one simple fact — no one much cares about the answers. But on the phone, you're expected to make time-wasting small talk or else you sound rude.

8. People will say things in email that they won't say on the phone. Although this can be both a blessing and a curse, sometimes I just want people to shoot straight with me. Things they may feel uncomfortable saying on the phone, they have no problem dashing off in an email. This has been much more of a benefit than a curse for me. "


domingo, fevereiro 15, 2004

Ciberfonografia e contracultura

Interessantíssimo este artigo de Sean Ebare, publicado no First Monday.

"I propose a new approach for the study of online music sharing communities, drawing from popular music studies and cyberethnography. I describe how issues familiar to popular music scholars — identity and difference, subculture and genre hybridity, and the political economy of technology and music production and consumption — find homologues in the dynamics of online communication, centering around issues of anonymity and trust, identity experimentation, and online communication as a form of "productive consumption." Subculture is viewed as an entry point into the analysis of online media sharing, in light of the user–driven, interactive experience of online culture. An understanding of the "user–driven" dynamics of music audience subcultures is an invaluable tool in not only forecasting the future of online music consumption patterns, but in understanding other online social dynamics as well."

Para ler com muita atenção.


Do Wall Street Journal de hoje

"A poderosa força da tecnologia está remodelando empresa após empresa no setor de mídia e comunicação — e a oferta da empresa de TV a cabo Comcast Corp. pela Walt Disney Co., anunciada esta semana, é mais um exemplo disso.

Novidades tecnológicas estão quebrando modelos de negócios básicos, levando empresas a se proteger de duas maneiras. Algumas estão engordando. Várias empresas de telecomunicações, por exemplo, estão circundando a AT&T Wireless, a terceira maior operadora de celular americana, à medida que as fronteiras se dissolvem entre telefonia de longa distância, local e celular e a internet estimula nova competição e pressiona para baixo os preços.

Outras empresas, vendo seus antigos mercados sitiados, estão entrando com tudo em novos. A Eastman Kodak Co. recentemente começou a se distanciar de seu tradicional negócio de filme e se aproximar de impressoras e outros aparelhos digitais que a transformam numa concorrente de uma nova linha de rivais eletrônicas.

(...) A mudança tecnológica central que impulsiona essas mutações, que está presente há anos e agora se acelera, é a digitalização de sons, palavras e imagens — o que permite a empresas manipulá-las de novas maneiras. A mais recente onda de jogadas corporativas está fazendo ressurgir a questão de se as empresas de conteúdo devem também possuir canais de distribuição, e oferecendo novos desafios para autoridades do setor.

Mitch Rubin, um gestor de recursos da Baron Asset Management, disse que as pessoas vêm debatendo há anos o que é mais importante, o conteúdo da mídia ou as maneiras de distribuí-lo. Agora, esse debate foi tornado irrelevante. "O que essa aquisição diz é que seria ótimo ter ambos. A gente pode debater o que é melhor, mas se você tiver ambos, o debate não tem importância", disse Rubin."


Me fez lembrar uma das coordenadas da reportagem que fala sobre o socorro do BNDES às empresas de mídia e a coluna da Mônica Bergamo. Sobretudo a nota que faz referência a uma declaração da Marluce, que transcrevo a seguir:

'No próprio seminário realizado no Tuca, cineastas lembravam que, em uma de suas conversas com Marluce, nos estúdios da TV, ela foi direta: disse que a emissora fatura, em um ano, o que uma empresa de telefonia celular pode faturar em apenas três meses; e que a emissora é "40 vezes" menor do que a Time-Warner. Uma vez permitido que essas empresas estrangeiras passem a produzir, sem regras rígidas, conteúdo para brasileiros na mídia digital (como TV pela internet, nos próximos anos), a sobrevivência da própria emissora estaria ameaçada. E, junto com ela (calculou a diretora), estaria em risco a sobrevivência dos produtores de cultura nacional. (...) O fato de a TV Globo promover uma campanha de "valorização" da cultura nacional, ainda que entendido como uma estratégia defensiva, foi definido no grupo como uma "evolução". Houve risos quando foi lembrada uma piada que faz sucesso entre os cineastas: o novo slogan da rede seria: "Globo e PC do B (Partido Comunista do Brasil): tudo a ver!".'

Sobre o PT e o sotware proprietário...

A melhor análise que li sobre a aparente contradição de o governo petista impulsionar o uso de software livre na máquina admnistrativa, enquanto a executiva do partido compra software proprietário para informatizar o PT Nacional, foi do professor Hernani Dimantas no seu Marketing Hacker.

"Software Livre não pertence ao PT. E não pode e nem deve ser usado como bandeira política. Cada vez mais entendo que as diferenças entre a Free Software Foundation e a Open Source Initiatives são apenas pragmáticas. Linus Torvalds e Eric Raymond (Open Source) não se metem em política. O oposto de Stallman (Free Software). A utilização do Software Livre para fins políticos podem atrapalhar muito o desenvolvimento do mesmo (Lembro de um debate parecido no começo da década de 80 quando os ecologistas discutiam que a criação de um partido verde poderia determinar o engessamento das suas idéias). Software Livre tem que sair do campo ideológico. Temos que pensar filosoficamente e comprender o que o Software Livre, assim como o conhecimento livre, pode trazer para a construção de um mundo melhor."

Concordo plenamente!

Hipocrisia como método

"O governo Bush demonstra profunda hipocrisia no que tange às suas principais políticas; o que diz contraria não só aquilo que faz, mas aquilo que realmente pensa. Então, o que conduz de fato suas decisões estratégicas?"

A frase é do artigo de Paul Krugman na edição deste domingo da Folha de São Paulo. O mais triste e impressionante é que se trocarmos Bush por Lula não vamos estar longe da realidade brasileira.

Retrato preocupante

Não sei quantos de vocês leram a Folha de São Paulo hoje. Está imperdível. Um daqueles jornais para guardar no arquivo. O Elio Gaspari (que também publica a mesma coluna no Globo) sintetiza, em notas, muitos dos assuntos para os quais o jornal dedica páginas e páginas de colunas e reportagens. Recomendo leitura atenta para a reportagem que fala sobre o socorro do BNDES às empresas de mídia e a coluna da Mônica Bergamo, no Ilustrada. Depois a coluna do Janio de Freitas seguido do artigo de Paul Krugman sobre da dinastia dos Bush. Complementares e contundentes.

Um brinde aos 20 anos de verão, alegria e Simpatia

Meu Carnaval já começou. Ontem, com o desfile do "Simpatia é Quase Amor", onde bato ponto há anos no sábado anterior ao sábado do Carnaval. Ponto de encontro de antigos companheiros de redação, fontes e amigos, o Simpatia andou em baixa nos últimos dois anos, com desfiles desanimados, tensos, desorganizados. Cheguei a pensar duas vezes _ e pesar muito bem a relação custo/benefício do deslocamento da Ilha para a zona sul _ mas o fato deste ser o desfile da comemoração de 20 anos de carnaval, o samba ser um dos mais bonitos dos últimos dez anos e a camisa voltar a ser de autoria de Nelson Sargento, me animaram. E não perdi a viagem! Foi um dos melhores desfiles de todos os tempos do amarelo e lilás de Ipanema!!!! Valeu!!!! Digno do amor de todos nós ao Carnaval carioca!



No alvo!

A irreverência qiue continua dando o tom do Carnaval de rua do Rio é imbatível. Das muitas frases já vi em cartazes levados pelos foliões, um me chamou especial atenção por não estar relacionado à política, economia ou sexo. Dizia: "São Paulo, 450 anos e ainda não aprenderam!" preso ao carro de som do Simpatia. Que me desculpem os paulistas, mas é a mais pura das verdades!


segunda-feira, fevereiro 02, 2004

SCD, uma mudança e tanto

Segure-se na cadeira e leia com atenção: pode vir aí uma revolução no serviço internet no Brasil, através do SCD. SCD é o acrônimo de “Serviço de Comunicação Digital”, para acesso às redes digitais de informação. Será oferecido modo público e privado. Sua criação obedeceu a três premissas básicas: atendimento à Lei do Fust; universalização da internet, já que, no entendimento da Anatel, a telefonia fixa não é a maneira mais adequada para o acesso à rede; e a desagregação e a convergência das redes. Portanto, a criação do SCD usa a necessidade de uso do Fust tal como existe hoje para regulamentar e universalizar o acesso, desafogando o tráfego da rede telefônica, dando, de quebra, o primeiro passo para a convergência das redes.

Na prática, o Brasil terá uma nova infovia IP que, se comparada a uma estrada de ferro, terá trilhos onde passarão trens de diferentes bitolas. Essa grande malha levará os benefícios de que as empresas já desfrutam com as intranets para o público em geral. O SCD rompe algumas barreiras antigas, como a de que o serviço de telecomunicações se restringe ao transporte da informação, não incluindo a instalação de usuário ou o equipamento terminal. Nele, a solução poderá ser fornecida de cabo a rabo. Também derruba a barreira da disponibilidade de cabos, par metálico ou qualquer outra estrutura de rede fixa. Pode usar qualquer recurso: WiMax, satélite, rede elétrica.

Ele não se enquadra em nenhuma forma de telecomunicações especificada na Lei Geral. A proposta da Anatel é que seja enquadrado como uma nova modalidade de serviço de comunicação, corrigindo uma determinação do Ministério em meados de 1985, quando o então ministro Sérgio Motta especificou o acesso internet como serviço de valor adicionado, para evitar que as teles monopolizassem o mercado.

Qualquer empresa poderá se candidatar a ser um SCD. A tendência é que bancos, datawarehouses, empresas de TI, telefonia celular, eletricidade e operadoras de satélite se interessem pelo negócio. Disputarão uma das no mínimo 11 áreas de acesso. Nas audiências públicas, uma sugestão constante é maior pulverização do mercado, com mais áreas de outorga. A Anatel promete estudar, uma vez que cada empresa só poderá operar uma área, ao menos até 2008.

Os recursos do Fust serão usados para subsidiar os gastos com conexão das escolas públicas, bibliotecas, postos de saúde, etc. No caso das escolas, a redução tarifária chegará a zero. Para outros casos, como bibliotecas, haverá desconto de tarifa. Só o usuário comum, pessoa física ou jurídica (uma escola particular, por exemplo) pagará tarifa cheia. O modelo tarifário deverá seguir a lógica da cobrança pelo uso efetivo. Nada de assinaturas. A idéia é adotar uma medida de fácil compreensão do público em geral, como tempo de uso. Isto é: banda utilizada ou bytes trafegados estão praticamente descartados.

O plano de metas assegura prioridade de atendimento para pequenas localidades do interior. Cidades grandes só começam a ser atendidas em 2011, quando o serviço atingir a marca dos dois milhões de terminais. A expectativa da Anatel, porém, é que, em 2008, quando todas as pequenas localidades já estiverem atendidas, muitas das grandes áreas urbanas também já estejam cobertas pelo SCD. Afinal de contas, é delas que virá a receita para rápida remuneração dos investimentos. Nas localidades sem provedor, o concessionário SCD terá permissão para ser ele mesmo o provedor, autenticando diretamente o usuário na internet.

Taí... acho que agora a Anatel acertou a mão! Se não pintar nenhuma surpresa na regulamentação de desagregação de rede, podemos estar no caminho certo para a favorecer a inclusão digital dos brasileiros.

ATÉ AQUI, as audiências públicas estão batendo recordes de público. Em Recife, foram mais de 60 pessoas; Porto Alegre, 70; Rio, 146; São Paulo, 160. A de hoje é em Belo Horizonte. Em SP, muitas empresas interessadas. No Rio e Recife, as ONGs marcaram presença. Em todas, os portadores de deficiência encaminharam contribuições.

O INÍCIO DE OPERAÇÃO do SCD não deve acontecer antes de 2005. São muitos os regulamentos que ainda entrarão em consulta pública e muitas as discussões com a sociedade. No Rio, Matarazzo concordou em realizar um encontro com ONGs de todo o Brasil para discutir a universalização do acesso internet. Ou seja, o que fazer com o SCD e para quê .

PARA EVITAR que as 1.600 escolas já conectadas pelo Gesac não tenham o serviço interrompido com o término do contrato, no fim de 2005, serão automaticamente absorvidas pelo SCD, conforme critérios de atendimento ainda em definição.

OS TAPs (Terminais de Acesso Público, vulgo orelhões multimídia do novo plano de metas do serviço telefônico) não serão os únicos modelos usados no SCD. Poderão ser usados terminais para consulta de informações de qualquer tipo, com ou sem acesso internet, como os de videotexto, com monitor monocromático e teclado, ou totens de venda de serviço. A Anatel realizará um evento no fim de fevereiro, ou primeira semana de março, em Brasília, para mostrar diferentes modelos, dos simples aos mais sofisticados.

COMPUTADORES celulares, PDAs, etc. poderão ser usados como equipamentos terminais do SCD.