sábado, novembro 29, 2003

As melhores do ano

CopyLeft do excelente blog do Dave Pollard.

"The November edition of Business 2.0 (only available on-line to subscribers) has selected Social Networking Applications as the Technology of the Year. Mentioned in the survey are Ryze, LinkedIn, Friendster, Zero Degrees, Tribe.net, Spoke Connect, and Visible Path.
The magazine should be commended for this insightful choice, but they missed the companion technology that will provide the data essential to the functioning of future Social Networking Applications. That technology: Personal Content Management and Publishing Applications (notably Blogs and RSS). You can't have one without the ther.

In the same edition, editor David Pescovitz lists Ten Technologies to Watch in 2004:

HOME NETWORKING
Ultra-wideband:
Imagine a television that can wirelessly send three different programs to separate monitors. Low-power, low-cost, and with roughly 45 times the data transmission speed of run-of-the-mill Wi-Fi, this wireless technology is finally ready to debut in the living room.

SUPPLY CHAIN
RFID: While they've been talked about a lot, radio frequency identification tags have yet to appear in a big way in the supply chain. Wal-Mart (WMT) is making it happen: All its suppliers must use the tags for pallets and cases of merchandise by 2005.

WIRELESS BROADBAND
802.16: WiMax enables wireless networks to extend as far as 30 miles and transfer data, voice, and video at faster speeds than cable or DSL. It's perfect for ISPs that want to expand into sparsely populated areas, where the cost of bringing in DSL or cable wiring is too high.

ENERGY
Micro fuel cells: Japan's largest wireless phone carrier, NTT DoCoMo, plans to introduce cell phones powered by miniature fuel cells -- which run on hydrogen or methanol -- late next year. Look for them to also show up as expensive add-ons for high-end laptops.

HOUSEHOLD PRODUCTS
Gecko tape: Lizards climb walls using the mechanical adhesive force of millions of tiny hairs on their feet. A synthetic version of those microscopic hairs allows gecko tape, developed at England's University of Manchester, to stick to almost any surface without glue. Applications include gloves that allow a person to climb a glass wall, the ability to move computer chips in a vacuum, and new bandages.

SOFTWARE
Antispam software (that works): If you've tried filters, whitelists, and blacklists, chances are you still receive plenty of junk e-mail. "Challenge/response" technology may be the answer; it requires senders to manually verify their identity before e-mail is passed along to the intended recipient.

CONSUMER ELECTRONICS

OLEDs: Organic light-emitting diodes are brighter and use less power than normal light-emitting diodes. (They rely on carbon with nitrogen, oxygen, and hydrogen elements -- thus, the "organic" tag.) They're perfect for screens on cell phones, digital cameras, and camcorders, and even for a new crop of affordable flat-panel monitors.

LIGHTING
LED lightbulbs: LEDs will outrun obsolescence by moving into the home. Philips is already pushing its Luxeon line of LED lightbulbs, which can last 10 to 50 times as long as incandescent bulbs while consuming 80 percent less energy.

COMPUTER MEMORY
MRAM: Magnetoresistive random access memory is (in theory, anyway) more than 1,000 times faster than the fastest current nonvolatile flash memory and nearly 10 times faster than RAM. "Nonvolatile" means it retains memory when the power is off. Add in its low power consumption, and it's perfect for use in an upcoming crop of computers and cell phones.

MEDICINE
Bioinformatics: Researchers, such as those at IBM Life Sciences, are finally getting a handle on building complex protein models to aid in drug discovery. The new, computationally accurate models mean that potential drugs can be identified more quickly and stand a better chance of working.

terça-feira, novembro 11, 2003

Bússulas e caravelas

Muito bom o artigo do jornalista Luciano Martins Costa, no "Observatório da Imprensa", sobre o que o pessoal vem chamendo de “PDFização” do Estado de S. Paulo e do JT. No que pese discordar dele apenas no fato que a redução da importância relativa do diário tradicional entre os conteúdos do portal não é algo ruim, dependendo de como é feita, no resto só tenho a concordar com tudo o que foi dito. Concordo com a “PDFização”. Acredito que, se bem conduzida, poderia transformar o conteúdo do Estadão impresso em um plus do portal, valorizando assinantes e o produto impresso. Faltou trabalhar bem a transição (imposta aos leitores sem nenhuma explicação), não só do ponto de vista externo, quanto interno. Hoje o uso do PDF já vem carregado de recursos que permitiriam a visualização de alguns textos em html, especialmente no caso de links remissivos para maior compreensão de suítes, seqüências de fatos que se estendem por semanas, meses até.

Comunicação comunitária

Primeiro veio a notícia ruim, na semana passada. A Anatel, a Polícia Federal e a Justiça Federal decidiram atuar de forma conjunta e coordenada para combater a atuação das rádios clandestinas. Especialmente no Estado de Minas Gerais. ESta semana veio a notícia boa. Nesta segunda, dia 10, o Diário Oficial da União publica 37 novas autorizações do Minicom para a exploração, por dez anos, de serviço de radiodifusão comunitária. Para que essas rádios possam funcionar regulamente ainda precisam de autorização do Congresso Nacional. Mas já deram o primeiro passo. Entre elas há rádio de Minas e do Rio de Janeiro.

sexta-feira, novembro 07, 2003

Vale a pena ler

No Boletim da Rets, o ponto de vista do diretor executico da Rits, Paulo Lima, sobre a Cupula da Sociedade da Informação.

"Mídia, Internet, comércioeletrônico, a realidade de uma economia com transações eletrônicas, a força que esta nova forma de comunicação tem no seu escontrole: estas são as questões centrais que põem em xeque uma conferência de chefes de Estado que quer pactuar sobre a Sociedade da Informação". Os países desenvolvidos, afirma, parecem querer manter tudo como está. "O brinquedo é deles, é bom para nós, mas que paguemos o preço que eles querem e o controle de que eles precisam para que nós continuemos brincando".

quinta-feira, novembro 06, 2003

Folheando revistas na Web

Com vocês, uma dica maravilhosa do Velho. Acho que vale conferir.
A Zinio é uma empresa que está colocando diversas revistas, como a PC Magazine e a Eletronic Gaming no formato digital, através de uma interface bem interessante.

 MIT's Technology Review


O site da Zinio instala um gerenciador de "entregas" ( "Zinio Delivery Manager" ) e o leitor de revistas ( "Zinio Reader" ) na sua máquina. Diz o Velho que a publicação é idêntica a que vai para a banca, "com anúncios e até aqueles folhetos de propaganda. A vantagem é o preço da assinatura, que em alguns casos chega a ser 80% mais barata que a assinatura convencional!"

quarta-feira, novembro 05, 2003

Muito em comum

Reproduzo aqui trechos do excelente artigo publicado pelo Viva Favela sobre a chegada da internet às aldeias indígenas do Acre. O enfoque foi o "olhar" dos meninos da ONG "Nós do Cinema", parceiros do CDI em diversas ações com base em produções audiovisuais.

"(...) Domingo, num beco movimentado da Rocinha. As índias acreanas Raimundinha Yawanawa e Alexandrina Ashaninka falam de suas impressões e expectativas, sem se incomodar com as pessoas que, à sua volta, passam de um lado para outro. No contraponto, o ator Leandro Firmino - a quem elas queriam conhecer, apesar de não terem visto o filme Cidade de Deus – conta sua experiência em favela. Os jovens do grupo Nós do Cinema também aparecem na tela falando do desejo de conhecer o Acre. Ao fundo, imagens de realidades diversas: a indígena, a da favela e a do asfalto.

Para entender o que parece o samba do cineasta doido, é preciso voltar a fita. E saber que as cenas fazem parte de um filme que vai retratar o encontro entre as tribos e a Internet. Se o resultado, nas telas, só deve aparecer nos cinemas no final de 2004, na vida real seus efeitos já são concretos. Isso porque as filmagens documentam a implantação do projeto Rede Povos da Floresta, em que tribos de vários pontos do país – os guaranis de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, os Yawanawa e Ashaninka, no Acre e, em breve, os Xacriabás, de Minas Gerais - estão entrando na era virtual e se conectando à Internet. Parte deste material deve se transformar também num longa, ainda em fase de captação de recursos.(...)

(...) A ida à Rocinha fugiu um pouco do roteiro inicial, mas serviu para dar o tom correto ao trabalho. E mostrou que, tirando as diferenças culturais, a identificação entre as jovens índias e os garotos da favela é enorme. Além dos anseios e desejos comuns a quem está na casa dos 20 anos, tanto as moças do Acre quanto o pessoal do Nós do Cinema têm que lidar com o olhar discriminador do chamado “homem branco”. Ou “ricos”, na fala da gente da favela.

Este enfoque foi o grande achado do trabalho. E revelou um material interessante o bastante para a realização de um trabalho de mais fôlego. Foi daí que surgiu a idéia do longa, para mostrar como o computador está sendo visto e usado pelas tribos.

O que as câmeras não registraram foi o começo da amizadeentre Julio César Siqueira, Mércia Brito e Jefferson Oliveira – o Don Killer -, do Nós do Cinema, e Raimundinha e Alexandrina, nascida nas andanças de um fim de semana de julho pelas ruas do Rio. Desde então, uma freqüente troca de e-mails entre Acre e Rio de Janeiro tem alimentado essa amizade.

Encarregados de gravar os passos das meninas pela cidade e, mais tarde, a instalação da Internet, no Acre, Jefferson, Mércia e Júlio não pensaram duas vezes: levaram as índias para conhecer as várias tribos da noite carioca. Depois de participarem de um encontro indígena, assistirem ao filme Paulinho da Viola e ir ao Museu do Índio, Raimundinha e Alexandrina foram parar na Lapa, Centro do Rio - onde surgiu a idéia de visitar a Rocinha.

A conversa estava animadíssima, contrariando teses antropológicas de que contatos iniciais entre índios e brancos costumam levar tempo. “Conosco elas se sentiram à vontade”, lembra Mércia Brito, 21 anos, moradora da Rocinha e responsável pelo setor educativo do Nós do Cinema. “Talvez por sermos da mesma idade, temos muito em comum. Conversamos sobre tudo: elas contaram o que querem para o futuro delas e da tribo, e nós sobre a favela, sobre as relações da comunidade com o restante da sociedade”, fala Mércia.(...)

(...) Foram tantas as afinidades que o convite partiu espontâneo: “Por que elas não iam conhecer a Rocinha? Assim, cada um dos grupos ficaria conhecendo onde o outro morava.” A recusa inicial levantou a maior polêmica na mesa. “Confrontei a atitude dela com o preconceito que a maioria das pessoas tem quando se fala em favela”, conta. “Realmente, elas admitiram que o medo se baseava em comentários, no que tinham visto na televisão”, conta Jefferson, o Don Killer.

A discussão se estendeu entre os próprios integrantes do Nós. “Era como se ainda houvesse quem visse o índio como ser frágil, que precisa ser protegido”, argumenta Mércia. A surpresa foi o telefonema do dia seguinte, pedindo para preparar locações na Rocinha.

O grupo fugiu ao roteiro previsto para o documentário encomendado pela Star One, e gravou imagens pelas ruas mais conhecidas da comunidade. A maior parte delas, no centro do agito da favela, no lugar conhecido como Valão. “Ali foi feita toda a entrevista. E o olhar que norteou tudo foi resultado das discussões da noite anterior. Mostramos o que o índio busca e também o que a favela busca. Era uma necessidade nossa”, explica Mércia.

O outro lado dessa história aconteceu no Acre, entre final de agosto e começo de setembro deste ano. Para Don Killer e Julio, tudo o que viram nos 15 dias de estada nas aldeias yawanawa e ashaninka mudou bastante não só a visão que tinham sobre povos indígenas como provocou certa mudança de valores. “Fiquei fascinado pelo lugar. É uma parada meio mística”, diz Don. Morador da Grota, no Complexo do Alemão (zona norte do Rio), ele comparou a solidariedade e participação que viu nas tribos com o espírito que antigamente unia os moradores da favela.

A ida ao Acre também deixou Julio bastante impressionado. “As pessoas mistificam muito o que é diferente. Com os povos indígenas é apenas de uma questão de costumes diferentes dos nossos”, explica, numa comparação que pode ser feita a qualquer outro grupo estrangeiro. A receptividade das aldeias também o conquistou. “São pessoas extremamente educadas; você é um hóspede muito bem tratado. Foi uma experiência que poucas pessoas têm chance de viver”, fala Julio.

Ele fez questão ainda de enfatizar que o isolamento das tribos acreanas não significa alienação. “Eles têm uma consciência política e ambiental muito forte. Nossas conversas giraram sobre tudo: desde a guerra do Iraque e o modo de vida no mundo dos brancos até Internet, claro, um assunto que esteve sempre presente”, lembra.

Contou pontos principalmente para Don o fato de que Raimundinha e Alexandrina poderiam ter deixado suas aldeias para viver na cidade. Elas foram criadas e estudaram no Acre, viajaram pelo país e são educadoras da tribo, responsáveis por repassar tudo o que aprenderam ao resto da aldeia. “Elas poderiam ter ajeitado a vida fora. Em vez disso, estão ali para fortalecer o povo delas”, elogia Don.

O fato é que pensar que nos yawanawa e ashaninka como povos que vivemo na Idade da Pedra é um engano. Os yawanawa, por exemplo, mantêm uma cooperativa e plantam urucum que negociam com uma empresa de cosméticos americana. Nas duas aldeias, certas tecnologias, como o próprio computador, já eram conhecidas, antes mesmo de se ter acesso a elas.

"O irmão da Raimundinha fala inglês, francês, espanhol, português e yawanawa, é webmaster e já morou no exterior. Ele conhece bem o poder real da Internet”, fala Don. Se ainda tinha dúvidas sobre a utilidade da Internet para essas tribos, Don as desfez no Acre. “Viver a dois dias de barco da cidade mais próxima traz enormes dificuldades de comunicação. Mas acreditar que eles vão mudar os costumes a partir do computador é o tipo de pensamento de quem quer ver o índio como há 500 anos atrás. O que eles querem é evoluir sem perder a identidade”, garante Don.(...)"

Só posso dizer que sinto um orgulho enorme de fazer parte deste projeto e de lidar com pessoas como o Don. Fala garoto!!! Põe a tua sensibilidade à serviço da tua arte e da responsabilidade social!